quinta-feira, 23 de outubro de 2008

TREVISAN, Antoninho Marmo et al. O Combate à Corrupção: nas prefeituras do Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Resenha dos capítulos VII a XII.

Em nosso país infelizmente é muito comum a reclamação da grande maioria da sociedade com relação a pratica política e ao comportamento dos agentes políticos eleitos em todas as esferas. No entanto a participação popular seja nas audiências publicas, seja nas sessões das câmaras municipais ou mesmo na fiscalização de prefeitos e vereadores ainda é inexpressiva frente aos graves problemas existentes e as decisões a serem tomadas. Em alguns casos interesses pessoais colaboram para este tipo de comportamento, já em outros a falta de conhecimento da legislação e o comodismo herdado culturalmente por nosso povo podem ajudar a explicar estas atitudes.
Nas administrações municipais, por exemplo, temos em grande maioria das cidades brasileiras a apresentação de uma estrutura precária aliada por vezes ao despreparo jurídico dos prefeitos e vereadores eleitos. Somando-se a estes fatores encontra-se a desonestidade e o famoso “jeitinho brasileiro”, isso tudo levando a um infinito numero de suspeitas de desvios de recursos públicos onde não se consegue identificar claramente se estamos diante de um caso de má fé ou despreparo para a função. Entretanto recentemente esta realidade vem se alterando, ainda que de modo acanhado e em uma fase embrionária. Movimentos civis organizados e as comunidades locais estão trabalhando e unindo esforços para abolir praticas corruptivas na Administração Pública Municipal. Desta forma a sociedade tenta ao seu modo evitar e exigir a punição para estes infratores e criminosos, que desonram a verdadeira função política. Na busca da melhoria dos mecanismos de controle e participação popular há o indicativo de que tempos em tempos sejam reavaliadas e até mesmo sejam propostas mudanças na legislação, visando sua melhoria e aplicabilidade. A adoção de medidas preventivas e a punição rápida e severa dos corruptos se mostram como a melhor solução, pois a prevenção ainda é o melhor remédio para evitar ou diminuir a ocorrência destes atos, cabendo a sociedade em geral exigir um comprometimento público e antecipado dos candidatos que se propõem a representá-la, independente da esfera de governo.
Ética e transparência são pré-requisitos fundamentais para os postulantes a cargos eletivos, a exposição de projetos, a declaração pública de intenções e um posicionamento claro a quem os candidatos desejam representar, constituem-se atributos indispensáveis para os cidadãos quando da escolha de seus representantes. Infelizmente é sabido que no dia-a-dia podem ocorrer desvios de conduta, ameaças de grandes interesses e outras ações que impeçam o trabalho de pessoas corretas no exercício de suas funções, tais práticas devem ser combatidas através do apoio político e mobilização popular.
O sistema jurídico brasileiro e os órgãos de auxilio a ele vinculados devem ser acionados quando da existência em potencial de desvios de dinheiro público e improbidade administrativa. O MP é um grande aliado do cidadão, defendendo-o dos desmandos e crimes que possam trazer prejuízos para o bem-estar da coletividade. Diversas são as ONG’s que trabalham de maneira séria, inclusive se aliando ao MP, ajudando na fiscalização e controle dos atos públicos. O instituto Ethos, o Comite da Cidadania e a Amarribo são exemplos de instituições que trabalhando em parceria vem conseguindo grandes resultados. Entretanto vale a pena destacar e relembrar na finalização deste trabalho, sobre a importância da responsabilidade que cabe a cada um de nós, quando da escolha de nossos representantes e também da fiscalização e acompanhamento das ações destes ao longo dos mandatos. Deste modo iniciar-se-á melhoria as quais todos nós ensejamos para nosso país.

SINAL DE NOVOS TEMPOS

Titulo: Os Brasileiros que lutam contra a Corrupção.
Comunidade cobra projetos e sonhos da prefeitura.
Fonte: Jornal Nacional, acesso realizado em 10 de outubro de 2008.
Autores: Beatriz Thielmann e Rogério Lima.

Links:
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL784765-10406,00.html
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL783103-10406,00.html

Nas reportagens apresentadas conhecemos os brasileiros que cobraram a responsabilidade de quem usou indevidamente o dinheiro público. Vereadores de Itajubá alugariam 10 salas num custo de R$ 1 milhão/ano. A organização Transparência Itajubá consegue arquivar o projeto. Em Januária seis prefeitos assumiram em quatro anos, a cassação se deu pelo mesmo motivo, desvio de recursos e corrupção. Um grupo de cidadãos começou a agir e o MP aliou-se apurando e fiscalizando o Poder Público Municipal.
Em Jardim Jatobá, periferia de Fortaleza, a população estudou a lei, aprendeu sobre orçamento participativo e foi à cata de seus direitos: novas ruas, calçamento, rede de esgoto, drenagem de águas, e escola de nível fundamental. A construção de uma creche pública é outra prioridade, o projeto já foi aprovado, mas ainda não saiu do papel. “É preciso à gente unir forças, uma andorinha só não faz verão”, avalia a diretora da escola.

Analise Critica


As matérias veiculadas denotam que praticas corruptivas ainda são recorrentes nas cidades brasileiras, fato este denunciado e descrito com riqueza de detalhes no livro apresentado. Por outro lado elas também mostram uma nova postura da população, deixando claro o surgimento de movimentos organizados, que tentam mudar esta realidade através da participação dos cidadãos e apoio aos órgãos constitucionalmente legalizados no combate a tais delitos. Por fim deixa claro que a consciência do eleitor na escolha de seus candidatos e uma fiscalização mais atuante podem e devem servir como instrumentos de controle dos agentes públicos, refletindo com isso uma melhoria das condições de vida da população, que tem a oportunidade de ver o dinheiro público sendo aplicado em beneficio da coletividade.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

TREVISAN, Antoninho Marmo et al. O Combate à Corrupção: nas prefeituras do Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Resenhas dos capítulos V e VI:

Objetivando um processo que se componha de denuncias e atos irregulares, especialmente nas investigações dos crimes de corrupção é necessário que se tenha uma serie de precauções e provas contundentes permitindo a punição dos culpados. As dificuldades para a formulação de questionamentos carecem de uma mobilização popular intensa durante toda a apuração dos atos sob suspeição. Importante relembrar e destacar que as práticas corruptivas nas prefeituras, estão basicamente estruturadas em esquemas de empresas “fantasma”, emissão de notas “frias”, registro falso de prestação de serviços e até mesmo o uso irregular de inscrições no CNPJ, pertencentes a firmas idôneas. Sendo tudo isso utilizado com o intuito maior de burlar os diversos órgãos de fiscalização, porém apesar de boatos ou o surgimento de comentários a respeito destes crimes, somente através da comprovação dos fatos e de uma conduta responsável de quem se propõe a denunciá-los é que se deve seguir com as denuncias e as devidas averiguações, valendo a máxima de que todos são inocentes até que se prove o contrário.
A parceria entre os órgãos de imprensa na divulgação de potenciais irregularidades e da justiça na apuração concreta e imparcial das denuncias constitui-se num instrumento poderoso e inibidor de novos atos de desvios de recursos públicos por parte dos corruptos e maus administradores. Uma vez iniciado o processo de delação contra os possíveis criminosos tem-se por parte destes uma tendência efetiva a negativa de tais crimes, na tentativa de comover a opinião pública. A legislação de nosso país preserva o amplo de direito de defesa dos acusados, seja qual for o crime, portanto é necessário que os denunciantes se reforcem com provas cabais visando à comprovação da ilicitude.
Nos últimos tempos tem-se podido observar um aumento circunstancial em relação à preocupação da sociedade brasileira quanto à apuração de supostas irregularidades na aplicação de recursos advindos dos impostos e taxas pelo cidadão. Diversas ONGs e outros organismos civis vêm sendo criados no intuito de acompanhar as ações governamentais e os possíveis desvios de conduta dos representantes populares. Todavia tem de se ressaltar, há a necessidade de trâmites legais e a instalação de processos jurídicos e legislativos. Quando se trata do envolvimento do chefe do Poder Executivo Municipal ou mesmo dos vereadores, sendo estes processos por vezes morosos e somente depois de esclarecidos todos os fatos apresentados, avaliadas as provas apresentadas pelas partes envolvidas no imbróglio jurídico é que se obtém uma definição da situação, mas que em grande parte ainda cabe recurso da sentença, deixando na população uma forte impressão de ausência de punição.
No tocante as questões políticas e atos de corrupção pública administrativa, a renuncia é o caminho mais fácil e curto, sendo utilizado constantemente por essas pessoas de má índole, desta maneira elas se livram de eventuais sanções e a cassação de seus direitos políticos, e o caso cai no esquecimento da população, pois normalmente sai da mídia e alguns anos depois estes mesmos políticos voltam ao cenário com inúmeras promessas e a alegação de que nada contra eles foi devidamente comprovado, não passando de denuncias infundadas por seus opositores. Renova-se novamente aqui a importância e a necessidade imperiosa do voto consciente nas eleições, ao cidadão cabe o dever de contribuir para a eliminação dos corruptos das prefeituras espalhadas pelo nosso país.

EM JUIZ DE FORA NÃO FOI DIFERENTE

Titulo: Após prisão, prefeito de Juiz de Fora renuncia ao cargo
Fonte: Folha Online, acesso em 30 de setembro de 2008.
De autoria da redação
Titulo: Após denuncia, prefeito de Juiz de Fora renuncia ao cargo.
Fonte: Estadão Online, acesso em 30 de setembro de 2008.
Autor: Eduardo Kattah

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac190435,0.htm

http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Ffolha%2Fbrasil%2Fult96u412817.shtml

O prefeito de Juiz de Fora após uma serie de denuncias de envolvimento em desvio de recursos públicos, recebimento de propina das empresas de transporte público, dentre outras, renuncia ao cargo por meio de carta renuncia encaminhada a Câmara Municipal, com o ato o até então prefeito procura evitar uma eventual cassação e a perda de seus direitos políticos. Bejani que está preso na Penitenciaria Nelson Hungria, alega que seu pedido se dá em face de sua necessidade de ter mais tempo para se defender. O prefeito era investigado pela CPI instalada para apurar o desvio de verbas e enriquecimento ilícito, o relatório final seria apresentado no dia de sua renuncia e apontava a participação do prefeito no esquema. Segundo o presidente da CPI Isauro Calais se Bejani não renunciasse a Câmara iria pedir sua cassação.



Analise Critica

Os autores deixam claro nas reportagens que o intuito maior da renuncia do prefeito é o de evitar a cassação e a perda dos direitos políticos, indo totalmente ao encontro das perspectivas apontadas pela obra literária, Bejani que continua alegando inocência, justifica sua renuncia pela necessidade de se dedicar a sua defesa. No caso especifico de Juiz de Fora a participação popular e envolvimento dos meios de comunicação foram essências para a apuração das irregularidades, que ao contrario da maioria dos casos de corrupção municipal mostrou a formação de uma verdadeira quadrilha especializada em roubar os cofres públicos, atuando nas mais diversas fontes e com ramificações em outros estados. Cabe agora a justiça fazer o seu papel e punir aqueles que forem culpados de forma exemplar e também a população observando melhor os nossos representantes para que não sejamos obrigados a ver o nome de nossa cidade maculado mais uma vez.


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

TREVISAN, Antoninho Marmo et al. O Combate à Corrupção: nas prefeituras do Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Resenha do capítulo IV (pág. 37 a 58):

A grande variedade de procedimentos que estão sob a responsabilidade das administrações municipais tende a facilitar o desvio de recursos públicos. Desta maneira os corruptos aproveitam-se destas situações e tentam amenizar ou mascarar as irregularidades, buscando através de uma engenharia profissional legitimizar as ações dificultando circunstancialmente o trabalho de fiscalização dos órgãos competentes e da sociedade civil organizada.
Desde 1993 está em vigor no país a Lei de Licitações a 8666/93, para a sociedade em geral esta lei veio no sentido de blindar qualquer irregularidade administrativa nos serviços públicos. Diante da leitura do texto aprovado temos a impressão que todos ou pelo menos a grande maioria dos problemas envolvendo fraudes estariam resolvidos, entretanto diante da dificuldade de cumprimento da mesma, diversos são os mecanismos utilizados para burlá-la. Dentre os mais comuns pode-se observar o “direcionamento das licitações”, ou mesmo a montagem de licitações fictícias. A mídia em geral noticia cotidianamente esquemas de licitações, onde empresas participantes do certame licitatório combinam entre si os valores a serem cobrados da administração pública, geralmente estes arranjos são compensados mais a frente em outros processos licitatórios, demonstrando claramente o desmantelamento do propósito principal do processo.
A ampla maioria dos serviços prestados seja a particulares ou a órgãos públicos utiliza-se de notas fiscais para a comprovação e o pagamento dos mesmos, entretanto esta modalidade de recibo é considerada altamente vulnerável e ideal para a simulação de dados, a legitimação de empresas fantasmas e demais vícios de corrupção, investigações apontam para a existência de uma indústria especializada em emissão de notas frias e falsificação de informações visando o desvio de recursos públicos.
Outra pratica que arruína as administrações municipais e lesa o cidadão contribuinte é o tripé: combustível, merenda e transporte escolar. De difícil aferição, porém de fácil manipulação numérica, o desvio do objetivo legalmente proposto é recorrente nestes casos. Tal pratica gera um dispêndio enorme aos cofres públicos e se apresenta de eficácia duvidosa. Contudo a necessidade de oferta continua e ininterrupta destes serviços a população impede uma suspensão para que se proceda investigações mais detalhadas sobre possíveis fraudes ou irregularidades.
Diversos são os artifícios usados na pratica delituosa do desvio de recursos públicos, há casos em que a baixa visibilidade dos atos ou a aparente inofensividade dos procedimentos, esconde uma série de irregularidades e desfalques significativos ao erário municipal. Varias formas de repasse de verbas, contratação de serviços de “notória especialização”, falta de transparência com as receitas arrecadadas e apoio majoritário por parte dos vereadores, podem se traduzir em indícios de favorecimento de empresas ou pessoas que prestem serviços a população do município.
Infelizmente para a sociedade restam poucas opções para diminuir ou acabar com a corrupção, uma saída seria contar com a responsabilidade ética dos servidores públicos que tem acesso aos processos administrativos de contratação de serviços diversos, cabendo aqui ressaltar que nenhum prefeito consegue agir de forma corrupta sozinho, podemos dizer que são instaladas verdadeiras quadrilhas junto do poder publico para execução de tais atos. Outro aspecto que se faz extremamente necessário se refere à participação dos cidadãos, com atenção especial aos assuntos referentes ao seu município onde o acompanhamento da população se mostra altamente eficiente, outra via a ser utilizada para expurgar os maus políticos é o voto consciente nas próximas eleições.
A democracia que se apresenta como a melhor forma de governo por seu caráter liberal também exige dos cidadãos uma constante avaliação de seus mandatários eleitos afim de que se evitem abusos. Portanto é hora de refletir sobre a importância do voto de cada um de nós e mãos a obra!!!

DE NORTE A SUL A FESTA É A MESMA

Titulo: MP investiga denuncias no governo de Ipiranga
Fonte: JM News versão digital, acesso em 21 de setembro de 2008.
Autor: Eduardo Farias

http://arquivo.jmnews.com.br/?acao=ler&id_nots=17733&cat=6

O MP investiga supostas irregularidades contra Luiz Carlos Brum, prefeito de Ipiranga (PR). Entre outros estão gastos indevidos com transporte escolar, compras superfaturadas de combustíveis, favorecimento em concurso público, as denuncias são embasadas em documentos entregues ao MP pelo ex-prefeito.
No transporte escolar o TC constatou ausência de cumprimento de objetivos e irregularidades licitatórias, havendo suspeitas de favorecimento de empresas. Quanto aos combustíveis, houve superfaturamento, a mesma empresa fornecia a prefeitura e ao posto do prefeito, a diferença entre os preços de varejo e atacado era de R$0,05, tanques foram instalados no pátio de maquinas sem licenciamento ambiental ou autorização legislativa, ainda ocorrendo dispensa de licitações e prorrogação de contratos por aditivos.
Servidores com contratos temporários foram aprovados em concurso público e atualmente fazem a segurança do prefeito, diversos são os casos de incompatibilidade de função, mas o prefeito disse que só irá se manifestar após ser notificado pelo MP.

Analise critica

Mais um caso típico de irregularidades, onde os autores se propuseram a detalhar na matéria. O curioso é que agora pelo menos dez crimes podem ser tipificados e em maioria vão de encontro àqueles abordados no estudo da obra literária. Os traços característicos das falcatruas se repetem e mostram a audácia e o descaso com o dinheiro público, corruptos que delinqüem a luz do dia, se mostrando cidadãos sem ética e sem o mínimo de responsabilidade social. Evidenciando diante destes abusos, a importância dos cidadãos eleitores e de toda a sociedade estar atenta na escolha de seus representantes e depois de eleitos o acompanhamento de seus atos, pois o mandato não da ao eleito um cheque em branco em nome da população. É necessário buscar alternativas que garantam transparência, eficiência e boa conduta dos agentes públicos primando pela ética e a austeridade no cumprimento de tão importante papel para a sociedade.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

TREVISAN, Antoninho Marmo et al. O Combate à Corrupção: nas prefeituras do Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Resenha dos capítulos I a III (pág. 15 a 36):

A corrupção vem se mostrando junto de nossa sociedade como um mal recorrente e desleal. Toda a sua estruturação e prática se encontram alicerçadas no uso de recursos públicos e na facilidade com que certas pessoas encontram junto aos entes públicos de forma geral. Aliado a este ponto ainda temos a deficitária estrutura administrativa da ampla maioria dos municípios brasileiros, lesar o erário tornou-se um negocio altamente atrativo e lucrativo tanto para os corruptos como para os corruptíveis.

O ato de corrupção muitas vezes tem a sua origem na anuência ou mesmo na ausência de participação efetiva dos cidadãos nos assuntos que se relacionam com o interesse coletivo. Nos municípios essa anuência se mostra mais evidente devido à proximidade e a convivência diária dos cidadãos com os autores destas possíveis e prováveis praticas delituosas. O sistema democrático representativo pressupõe por parte dos cidadãos a exigência de um comportamento ético dos administradores e da eficiência dos serviços públicos. Pode parecer que não, mas de forma direta ou indireta todos os moradores de uma cidade são prejudicados pela prática da corrupção. Todos os esforços de combate a estas práticas delituosas em grande parte são anulados pelo alto grau de dificuldade de apuração e pelos poucos casos onde se vê a aplicação da punição aos culpados, somando-se a tudo isto constantemente são noticiados pela imprensa casos de ameaças e outras formas de intimidação àqueles que denunciam a corrupção.

Embora o rigor e o aumento dos mecanismos de controle não só institucionais, bem como aqueles desenvolvidos pela sociedade civil organizada, dificultem a vida dos corruptos esses não desistem e procuram novas formas de burlar as leis e continuarem a delinqüir. Observa-se o uso de notas frias, empresas fantasmas, laranjas e um incontável numero de artifícios utilizados na prática criminosa e imoral. Até a lei nº 8666/93 que regulamenta e exige uma serie de trâmites legais para licitações de serviços a serem prestados a órgãos públicos vem sendo burlada com manipulações previamente combinadas por determinadas empresas.

A fiscalização das contas públicas que é efetuada pelos Tribunais de Contas, sendo que estas instituições tem como função somente a apreciação e a indicação de possíveis delitos, não cabendo a eles a premissa punitiva, não vem se mostrando das mais eficazes. Outro problema verificado junto a estas instituições se dá pela indicação política de alguns conselheiros que muitas vezes devido às trocas de favores “fecham os olhos” para certas irregularidades. Fatos desta natureza atrapalham e colocam em xeque o valor moral de pessoas realmente éticas e comprometidas com a sociedade.

Diante do exposto cabe aos cidadãos uma responsabilidade mais efetiva no exercício de sua cidadania, cabendo a todos uma responsabilidade consciente quando da escolha de nossos representantes. Outras providencias, ainda que simples e de fácil percepção contribuem significativamente para se detectar desvios de conduta dos administradores públicos, o aumento de patrimônio de pessoas ligadas diretamente à administração, à falta de transparência no trato da coisa pública, além da facilidade de aprovação de projetos enviados pelo Executivo as câmaras municipais, associados a outros fatos podem dar sérios indícios de algumas irregularidades junto gestão do município. O desinteresse e a falta de cobrança dos cidadãos em assuntos relacionados à coletividade são os propulsores de ações corruptivas, pela preservação dos interesses da sociedade é necessário reverter esta situação e extirpar esta mal que assola nossas cidades. Os recursos tidos como públicos tem si dono, sendo de extrema importância que cada cidadão zele por ele.

ACONTECE ATÉ EM ATALAIA

Titulo: Chico Vigário é denunciado por improbidade e outros crimes.

Fonte: Extra Alagoas on line, acesso em 02 setembro de 2008.

De autoria da redação

http://www.extralagoas.com.br/noticia.kmf?noticia=7528807&canal=333

Francisco Luiz Albuquerque, o Chico Vigário, prefeito de Atalaia (AL), é acusado de improbidade administrativa. O advogado dos Movimentos de Combate à Corrupção, Adriano Argolo, argumenta que o prefeito cometeu crimes contra o erário e a administração pública. Utilizando notas frias, fracionamento de licitações e outros ilícitos. Um perito contábil constatou que empresas contratadas não se localizam no endereço informado a Receita Federal, nem possuem idoneidade fiscal a época das contratações.

O TCE em auditoria anterior revelou que a fonte da corrupção era a ausência de licitações, fracionamento de compras (pratica usual nas prefeituras) e outras irregularidades já identificadas, até mesmo a contração de bandas era utilizada no esquema.
A impunidade tida como certa, devido à inexistência ou cancelamento do registro na Receita Estadual e Federal das empresas contratadas. O prefeito é candidato a reeleição e as entidades estão apreensivas quanto aos gastos da campanha serem custeados com recursos desviados.


Analise Critica

A matéria converge com o tema abordado, transportando da teoria para a pratica a questão dos mecanismos envolvidos na corrupção, trazendo os conceitos e elementos utilizados. Sua complementação se dá através do estudo de toda a dinâmica da ação dos corruptos, confirmando sua audácia e o desrespeito para com os cidadãos e os mecanismos de controle que demonstram ser altamente vulneráveis, poucas diferenças podem ser observadas com relação a outros casos, deixando claro que o padrão utilizado pelos corruptos é sempre muito similar.

Enfatiza ainda a importância e a necessidade de atuação dos movimentos de combate a corrupção, pois são estes os movimentos que trouxeram a tona tamanho desproposito, mostrando que por mais que possa parecer despercebida, existe nos cidadãos a preocupação com a ética e a vigilância dos gestores públicos. Contribuindo para que tenhamos gestões serias e mais comprometidas com a ética que com seus interesses pessoais.